Durante meus anos de dança, algumas vezes me foi apontado que a forma como eu dançava era simples e diferente das bailarinas “atuais”.
A princípio fiquei intrigado com esse comentário, pois tudo o que estava fazendo era seguir os passos de meus professores virtuais.
Eles eram os dançarinos das Estrelas da Era Dourada da dança no Egito e, para mim, não eram simples! Talvez não seja muito chamativo ou complexo, mas nunca muito simples.
Na realidade, eles eram incrivelmente ricos em conteúdo e talento artístico, mas não demonstravam necessariamente muito esforço físico. O que por si só é uma tarefa muito difícil!
A primeira coisa que aprendi com eles foi que deveria ser como EU, assim como eles estavam sendo eles mesmos. Esforcei-me para seguir seu estilo de “simplicidade precisa e rica” da melhor maneira possível.
Quando fomos abençoados com o presente do YouTube, fiquei mais consciente das diferentes formas e abordagens que cresceram em outras comunidades de dançarinas do ventre com as quais eu não estava tão conectado.
Fiquei muito impressionado com as capacidades físicas de alguns dançarinos, com quanto trabalho duro eles dedicaram ao seu ofício. Posso realmente apreciar o esforço, pois sei como é difícil dominar técnicas com tanta precisão.
Mesmo assim, meu coração continuou e continua batendo de amor pelo Estilo da Era Dourada. Sua simplicidade única, precisa e rica que não é uma tarefa fácil de dominar.
Tenho estudado e absorvido o estilo de bailarinos como Naima Akef, Samya Gamal, Taheya Karioka, Zeinat Olwi, Naemat Mokhtar e muitos outros desde 1996.
Por 2007 Me senti pronto para ensinar e compartilhar meu entendimento com meus alunos, pois tal tarefa precisava de muito cuidado e tempo para ser apresentada.
É incrível como é fácil olhar para um dos Dançarinos da Era Dourada e dizer: “Oh, isso é tão simples e fácil!” Até você tentar fazer isso sozinho! Não apenas semelhante a eles, mas realmente fazê-lo corretamente... isso é outra coisa.
O estilo de dança das Golden Era Stars não se tratava apenas dos movimentos e passos que usavam, ou dos trajes, ou da aparência.
Trata-se de quem eram e de quem estavam “sendo” no filme e da representação de uma cultura num período de tempo.
O papel da dançarina não é ser apenas a garota sexy, como Naima Akef provou muitas vezes, mas sim trazer beleza dançando a música e representando a personagem.
A dança foi apresentada como forma de arte, entretenimento e expressão, assim como agora. Mas naquela época parecia-me que os dançarinos tinham muito mais respeito da sociedade egípcia do que têm agora.
Já ouvi vários egípcios perguntarem a opinião deles sobre a dança, pessoas que nem todas estão envolvidas com a dança.
Dizem que não há mais dança como antes. Isso é dito com um sentimento de saudade e um tanto de decepção.
Um aspecto admirável que observei ao estudar esse estilo é que nunca foi uma competição de quem consegue fazer mais. Mas tendo como objetivo ser mais individual e único sendo eles mesmos; não sendo como os outros dançarinos e fazendo mais do que eles ou sendo mais forte do que eles.
Acho que se eles estivessem muito ocupados tentando descobrir o que os outros estavam fazendo para copiá-los, não teriam tempo para serem tão bons quanto eram. Então aqui vai uma dica… não para o mês, mas para sempre…
Sem dúvida, inspire-se, seja influenciado – seja até capaz de fazer o que os outros fazem, mas… seja você mesmo!
Esse é um bom estilo para se ter!!!!!!!!!
Em última análise, é isso que o público gostaria de assistir e apreciar.
Eu sinto que atualmente, no ensino regular das escolas regulares de dança, muita técnica e movimento corporal é ensinado e também padronizado.
Tudo isso é muito bom, pois todos os bailarinos precisam de habilidade técnica, compreensão e treinamento. No entanto, não tenho certeza da padronização.
Acredito em estabelecer o básico e desenvolver técnicas a partir daí….mas isso é assunto para outro texto.
Além disso, à medida que uma bailarina se torna mais experiente e capaz, ela precisa dançar como se fosse uma dança poética. A dança é a linguagem do corpo e da alma.
Precisamos de palavras e gramática, mas primeiro precisamos de pensamento e emoção para contar uma história.
A maneira como você formula e usa as palavras é quase mais importante do que as próprias palavras. Seu sotaque ao falar as palavras que milhões falam é o que o torna seu.
O mesmo se aplica à dança, basta trocar as palavras por passos e movimentos e você terá poesia dançante.
Estudar os artistas acima me deu um amplo vocabulário e abordagens diversas, inspiradas em seus próprios estilos e arte.
Isso me ajudou imensamente a entender como fazer minha própria poesia dançante.
Quando uma dançarina aprende o estilo de alguém como Naima Akef, ela não apenas aprenderá as técnicas e a profundidade da interpretação de Naima, mas também se afastará de seus próprios hábitos. Desafie a anatomia de sua própria dança para acomodar a genialidade de Naima Akef: precisão, tradução perfeita e emoção perfeita em vôo.
Uma vez que alguém se aprofunda no reino da Samya Gamal, alguém pode ficar surpreso. Descobrir isso, o que pode parecer aos olhos inexperientes uma imperfeição e falta de criatividade, está longe de ser verdade.
Ela transparece como uma incrível ilusão visual de ser imprecisa, enquanto ocorre exatamente o oposto.
Dando uma mordida em cada 16 batidas da música para melhorar sua interpretação. Capturando cada nuance da composição musical, mesmo com um movimento do cabelo.
Isso é gênio!
A lista de dançarinos que você pode estudar é interminável; com cada um dos mencionados acima e outros, fui imensamente inspirado e aprendi uma grande variedade de movimentos.
Cada um deles me levou numa viagem onde eu não queria voltar.
Cada bailarina cujo estilo estudei ampliou o horizonte do oceano de conhecimento que acumulei.
Eles fizeram a dança como a conhecemos hoje. Mesmo quando parece tão distante do que eles estavam fazendo... você encontrará a influência deles em algum lugar.
Qualquer um dos dançarinos de hoje, incluindo eu definitivamente, aprendeu com alguém que aprendeu com alguém e assim por diante, que aprendeu com as Estrelas da Era Dourada.
Portanto, aprender diretamente com eles é o mais próximo que alguém pode chegar de aprender com a realidade e com os dançarinos antes deles.
Que por sua vez foram provavelmente ainda mais geniais por os terem inspirado e por nos inspirarem hoje.
Isso é verdade em outros estilos de dança. Os sapateadores reconhecem verdadeiramente o trabalho incrível de seus mestres Gene Kelly, Fred Astaire, Eleanor Powel, Ginger e muitos outros.
No balé, Lady Margot Fontaine e Rudolf Nureyev, Balanchine são reverenciados até hoje – não considerados simples e ultrapassados!!??
Aproveite as raízes e a beleza de um estilo que estimula a individualidade e a autoconfiança. Com uma abordagem à dança onde a personificação da música era essencial. Foram momentos muito especiais.
Seja você, seja a música, seja sua arte!
Devemos isso a eles e a nós mesmos.
Muito amor,
Serena
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Biscoito | Duração | Descrição |
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